Socioemocional

Depressão: principais causas e 5 dicas para a prevenção

Postado em: 20/09/2024

Tempo de leitura: 7 minutos

A depressão é uma das doenças mentais mais prevalentes no mundo, afetando pessoas em diferentes idades, gêneros e contextos sociais. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão globalmente. Entre elas, estima-se que a depressão afeta cerca de 3% das crianças com idades entre 6 e 12 anos e 5% dos adolescentes de 13 a 18 anos. No Brasil, o último mapeamento realizado pela OMS aponta que 5,8% da população sofre com a doença, sendo o país com o maior número de casos na América Latina. 

A campanha Setembro Amarelo, voltada à prevenção ao suicídio, também traz à tona a importância da conscientização sobre a depressão e sua prevenção. Este artigo irá abordar o que é a depressão, suas principais causas e fatores de risco, como identificar os sintomas e como prevenir essa condição que afeta profundamente o bem-estar mental e físico de crianças, adolescentes e adultos.

O que é a depressão?

A depressão é um transtorno psiquiátrico caracterizado por uma tristeza persistente, falta de interesse em atividades anteriormente prazerosas, alterações no sono e no apetite, entre outros sintomas. É importante destacar que a depressão vai além de momentos de tristeza ou desânimo ocasionais, sendo um estado crônico que pode comprometer significativamente a qualidade de vida e as funções diárias.

Existem diversos tipos de depressão, que podem variar em intensidade e duração. Segundo o Ministério da Saúde, entre os principais estão:

  • Depressão maior: também chamada de depressão unipolar, caracteriza-se por episódios de tristeza intensa e duradoura, com perda de interesse em atividades e mudanças significativas no humor. Pode interferir nas atividades cotidianas e no trabalho.
  • Distimia: é uma forma crônica de depressão, também conhecida como transtorno depressivo persistente. Os sintomas são menos intensos que na depressão maior, mas duram por um período prolongado, geralmente mais de dois anos.
  • Depressão endógena: esse tipo de depressão tem uma origem biológica, geralmente relacionada a fatores genéticos e alterações nos neurotransmissores do cérebro, como a serotonina. Caracteriza-se pela predominância de sintomas como perda de interesse ou prazer em atividades normalmente agradáveis, falta de reatividade do humor, lentidão psicomotora, queixas de esquecimento, perda de apetite e perda de peso, desânimo e tristeza.
  • Depressão atípica: caracteriza-se por sintomas que podem incluir aumento do apetite, ganho de peso, sono excessivo e uma sensação de peso nos membros. Embora o nome sugira o contrário, é um tipo comum de depressão.
  • Depressão sazonal: também chamada de transtorno afetivo sazonal, é desencadeada pelas mudanças nas estações do ano, especialmente durante o outono e inverno, quando há menor exposição à luz solar.
  • Depressão psicótica: em casos graves, a depressão pode vir acompanhada de sintomas psicóticos, como alucinações e delírios, geralmente relacionados à temática de culpa, inutilidade ou inadequação.
  • Depressão secundária: esse tipo de depressão ocorre como consequência de outras condições médicas, como doenças neurológicas, hormonais ou o uso de certos medicamentos.
  • Depressão bipolar: embora o transtorno bipolar envolva tanto episódios de depressão quanto de mania (euforia), a fase depressiva é muito similar à depressão maior, com sentimentos de tristeza intensa e perda de interesse em atividades cotidianas.

Esses diferentes tipos de depressão ressaltam a complexidade da doença e a importância de uma avaliação adequada para o diagnóstico e tratamento correto.

Principais causas da depressão

A depressão é uma condição multifatorial, o que significa que não há uma única causa para seu desenvolvimento. Em vez disso, diversos fatores biológicos, psicológicos e ambientais podem contribuir para o surgimento da doença.

Fatores biológicos

  • Genética: há uma predisposição genética para a depressão, ou seja, pessoas com histórico familiar de depressão têm mais riscos de desenvolver a doença.
  • Alterações neuroquímicas: a depressão está relacionada a desequilíbrios nos neurotransmissores do cérebro, como serotonina, dopamina e noradrenalina, que são responsáveis pela regulação do humor e emoções.

Fatores psicológicos

  • Traumas e estresse: eventos traumáticos, como abuso físico ou emocional, perda de um ente querido, divórcio ou desemprego, podem desencadear a depressão, especialmente em pessoas vulneráveis.
  • Baixa autoestima: indivíduos com uma visão negativa de si mesmos e de suas capacidades têm mais chance de desenvolver depressão, especialmente em ambientes que reforçam a autocrítica.

Fatores ambientais e sociais

  • Isolamento social: a falta de suporte social e o isolamento, muitas vezes agravados pelo uso excessivo de tecnologia e redes sociais, podem ser um fator de risco para a depressão, principalmente entre jovens.
  • Doenças crônicas: a convivência com doenças físicas debilitantes, como câncer ou doenças cardíacas, pode levar à depressão devido ao impacto psicológico do tratamento e da limitação física.

Como identificar os sintomas de depressão?

Identificar a depressão pode ser um desafio, pois seus sintomas nem sempre são evidentes ou manifestam-se da mesma maneira em todas as pessoas. Contudo, alguns sinais são comuns e devem ser observados:

  • Tristeza persistente: sentimentos de tristeza, vazio ou desespero que duram por semanas ou meses, sem uma causa aparente.
  • Falta de interesse: desinteresse em atividades que antes eram prazerosas, incluindo hobbies, atividades sociais ou trabalho.
  • Alterações no sono: insônia ou, ao contrário, excesso de sono, são sintomas frequentemente associados à depressão.
  • Alterações no apetite e no peso: algumas pessoas com depressão perdem o apetite e emagrecem, enquanto outras podem comer em excesso e ganhar peso.
  • Cansaço e falta de energia: mesmo após descansar, indivíduos com depressão relatam sentir-se constantemente fatigados.
  • Dificuldade de concentração: problemas de concentração, memória e dificuldade para tomada de decisões também são comuns.
  • Pensamentos suicidas: em casos mais graves, a depressão pode levar a pensamentos de morte ou suicídio. Nesses casos, é fundamental procurar ajuda profissional imediatamente.

5 dicas para prevenir a depressão

A prevenção da depressão é essencial para reduzir a exposição aos fatores de risco e promover uma vida mentalmente saudável. Implementar estratégias preventivas pode não apenas evitar o surgimento da doença, mas também mitigar o impacto de episódios depressivos em pessoas que já apresentam predisposição. A seguir, veja cinco dicas importantes para a prevenção:

1. Manter uma rotina saudável

Estabelecer uma rotina equilibrada que inclua atividade física regular, sono adequado e alimentação balanceada é fundamental para a saúde mental. Essas práticas ajudam a regular o humor, melhorar a qualidade do sono e reduzir o estresse, que é um dos principais fatores de risco para a depressão.

2. Fortalecer os laços sociais

O isolamento social é um fator de risco significativo para a depressão. Manter-se conectado com amigos, familiares e colegas oferece suporte emocional, ajuda a construir resiliência e pode prevenir sentimentos de solidão, que muitas vezes desencadeiam ou agravam a depressão.

3. Praticar atividades físicas

O exercício regular é comprovadamente eficaz na prevenção e tratamento da depressão, pois libera neurotransmissores como endorfina e serotonina, que são responsáveis pela sensação de bem-estar. A prática de atividades físicas pode reduzir o risco de depressão, melhorar o humor e proporcionar uma maneira saudável de lidar com o estresse.

4. Gerenciar o estresse e as emoções

O estresse crônico e o acúmulo de emoções desagradáveis são fatores de risco significativos para a depressão. Técnicas como meditação, yoga e respiração profunda podem ajudar a reduzir os níveis de estresse, enquanto práticas de autoconhecimento e psicoterapia auxiliam na gestão de emoções e no fortalecimento da saúde mental.

5. Buscar ajuda profissional cedo

Identificar sinais precoces de depressão e procurar apoio psicológico é uma das formas mais eficazes de prevenção. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) e outros tipos de tratamentos psicológicos podem ajudar a pessoa a desenvolver ferramentas para lidar com situações difíceis, evitando o agravamento de quadros depressivos.

Prevenir a depressão exige uma abordagem ativa, que envolve o cuidado diário com o corpo e a mente, além de estar atento a sinais de risco. Estratégias como essas podem evitar que fatores de risco, como estresse, isolamento e má saúde física, se transformem em gatilhos para o desenvolvimento da doença. 

A depressão é uma doença complexa e multifatorial, que pode afetar pessoas de todas as idades, especialmente em momentos de vulnerabilidade. Reconhecer seus sintomas e buscar estratégias de prevenção é fundamental para evitar que a condição se agrave. 

Nesse cenário, a escola desempenha um papel essencial na prevenção da depressão entre crianças e jovens, principalmente por meio da educação socioemocional. Essa abordagem permite que os estudantes aprendam a lidar com suas emoções de forma saudável, além de construir uma rede de apoio dentro do ambiente escolar. A campanha Setembro Amarelo, reforça a necessidade de diálogo sobre a saúde mental e nos alerta que a prevenção é o caminho mais eficaz para reduzir os impactos da depressão na vida de jovens e adultos.

A Jovens for Schools é um programa de Educação Financeira, Empreendedora e Socioemocional que oferece ferramentas assertivas para que as escolas possam formar estudantes emocionalmente saudáveis, protagonistas e preparados para os desafios do futuro. Acesse o site e saiba como atuar na prevenção da depressão em sua escola!

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