Finanças e Investimentos

Como ensinar seu filho a lidar com o dinheiro em cada fase?

Postado em: 16/07/2024

Ensinar os filhos a lidarem com o dinheiro desde cedo ajuda a formar hábitos financeiros saudáveis e proporciona uma base sólida para a tomada de decisões responsáveis no futuro. E, por isso, esse assunto não pode ser um tabu. É essencial que esse diálogo aconteça de forma natural e aberta para que as crianças se tornem adultos mais conscientes e responsáveis financeiramente.

Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), mais de 78% das famílias brasileiras estão endividadas, o que ressalta a necessidade de incluir esse tema nas conversas familiares. A abordagem precoce do assunto ajuda a desmistificar conceitos financeiros e prepara os jovens para enfrentar desafios econômicos futuros com mais segurança e conhecimento.

Este artigo explora a importância de abordar questões financeiras com crianças e adolescentes, oferecendo dicas práticas para cada fase do crescimento e destacando a relevância de práticas como a poupança e a mesada educativa.


Por que falar sobre dinheiro na infância?

Falar sobre dinheiro na infância é fundamental por inúmeras razões. Primeiramente, a educação financeira precoce ajuda as crianças a desenvolverem uma compreensão básica do valor do dinheiro, da importância de economizar e do conceito de prioridades financeiras. Além disso, crianças que aprendem sobre finanças desde cedo estão mais preparadas para evitar dívidas desnecessárias e a gerir suas finanças de forma eficaz na vida adulta.

Abordar questões financeiras desde a infância também contribui para o desenvolvimento de habilidades importantes, como planejamento, organização e disciplina. Essas competências são úteis não apenas na gestão financeira, mas também em diversas áreas da vida. Crianças que entendem o valor do dinheiro são mais propensas a desenvolver uma relação saudável com ele, reconhecendo a importância do trabalho e do esforço para alcançar objetivos.

Outro ponto importante é que a educação financeira desde cedo promove a autonomia e a responsabilidade. Ao aprender a lidar com dinheiro, as crianças começam a fazer escolhas conscientes, a entender as consequências de suas decisões financeiras e a valorizar a importância de poupar para o futuro. Isso as prepara para enfrentar desafios econômicos de maneira mais segura.

Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelam que países onde a educação financeira é introduzida na infância formam adultos com maior segurança financeira e menor propensão ao endividamento. Por isso, é essencial que as famílias não vejam o dinheiro como um tabu e discutam abertamente sobre finanças. Essas conversas devem ser adaptadas à idade das crianças, utilizando exemplos práticos e linguagem acessível. Veja, abaixo, algumas dicas importantes para abordar o assunto.

  1. Comece cedo: introduza conceitos financeiros básicos desde a infância, utilizando linguagem simples e exemplos práticos.
  2. Use jogos e brincadeiras: jogos de tabuleiro são ótimas ferramentas para ensinar sobre dinheiro de forma lúdica.
  3. Dê o exemplo: crianças aprendem observando. Mostre práticas financeiras saudáveis no seu dia a dia.
  4. Seja transparente: fale abertamente sobre orçamento familiar e decisões financeiras adequadas para a idade da criança.
  5. Incentive a responsabilidade: dê pequenas quantias de dinheiro e oriente como administrá-las, incentivando a economia e a doação.

Como falar sobre dinheiro em cada fase do crescimento

Começar a falar sobre dinheiro com os filhos é uma tarefa que deve ser iniciada desde cedo, respeitando o nível de compreensão de cada idade. É importante adaptar a abordagem de acordo com a fase de desenvolvimento da criança, para que os conceitos sejam absorvidos de forma natural e eficaz. Ensinar sobre dinheiro de maneira gradual e contínua ajuda a construir uma base sólida de conhecimento financeiro, que será ampliada e refinada ao longo dos anos. 

A seguir, exploraremos como abordar a educação financeira em cada estágio do crescimento, desde a primeira infância até a adolescência, garantindo que os ensinamentos sejam relevantes e compreensíveis para cada faixa etária.

Primeira infância (3-5 anos)

Nessa fase, o foco deve estar em conceitos básicos como a diferença entre querer e precisar. Utilize moedas e cédulas para ensinar o valor do dinheiro, e comece a introduzir a ideia de poupança por meio de cofrinhos.

Infância (6-10 anos)

Crianças nessa idade podem entender mais sobre o valor do trabalho e a troca de dinheiro por bens. Introduza a mesada como uma ferramenta educativa e incentive a prática de economizar para compras maiores.

Pré-adolescência (11-13 anos)

Nesta etapa, as crianças podem começar a lidar com orçamentos simples. Incentive-as a planejar suas economias e despesas, e discuta sobre a importância de fazer escolhas financeiras conscientes.

Adolescência (14-18 anos)

Adolescentes estão prontos para conceitos financeiros mais complexos, como investimentos, juros e crédito. Ensine sobre os perigos das dívidas e a importância de uma boa pontuação de crédito.

A importância da mesada educativa

A mesada é uma ferramenta poderosa para ensinar crianças e adolescentes sobre gestão financeira. Ao receber uma quantia fixa regularmente, os jovens aprendem a planejar, economizar e gastar com responsabilidade. Assim, terão uma oportunidade prática para que compreendam conceitos como orçamento, economia e consumo consciente. 

Além disso, ao terem a chance de administrar seu próprio dinheiro, as crianças desenvolvem mais autonomia e responsabilidade. Estabelecer regras claras para a mesada, incluindo a divisão para poupança/investimento, gastos e doações, ajuda a criar um senso de disciplina e a importância de estabelecer prioridades financeiras. Essa prática também prepara os jovens para tomar decisões financeiras responsáveis e lidar com desafios econômicos na vida adulta.

Escolher entre mesada, quinzenada ou semanada depende da idade da criança e do objetivo da família com essa prática. Para crianças menores, a semanada pode ser mais eficaz, pois permite um ciclo de feedback mais curto, facilitando o aprendizado e a correção de erros. À medida que as crianças crescem e sua capacidade de planejamento se desenvolve, a quinzenada ou mesada podem ser mais adequadas. Essa transição gradual para intervalos mais longos ajuda os jovens a se prepararem para a realidade da gestão financeira na vida adulta, onde muitas despesas são mensais. 

Independentemente da frequência escolhida, é fundamental que as famílias discutam com os filhos sobre como administrar o dinheiro recebido, incentivando a economia, o planejamento e o consumo consciente.

Transforme o futuro com a educação financeira

Investir na educação financeira das crianças é investir no futuro. Jovens bem informados são mais propensos a tomar decisões financeiras inteligentes, evitar armadilhas do consumo e construir um patrimônio sólido. A educação financeira também promove a independência e a confiança, capacitando os jovens a alcançarem seus objetivos financeiros e de vida. Além da aprendizagem em família, uma ferramenta essencial para a construção de um futuro mais consciente e próspero é a educação financeira nas escolas, prevista, inclusive, na Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

A inclusão da educação financeira no currículo escolar garante que todos os estudantes tenham acesso a informações fundamentais sobre finanças e estejam capacitados para entender o funcionamento da economia global, o que é essencial em um mundo cada vez mais interconectado. Além de aprenderem conceitos como orçamento, investimento e planejamento financeiro, com a educação financeira também desenvolvem habilidades essenciais para o século XXI, como o pensamento crítico, a resolução de problemas e a tomada de decisões responsáveis.

A mentalidade empreendedora também é incentivada com a educação financeira. Ao entender como o dinheiro funciona, os jovens se sentem mais capacitados para iniciar e gerenciar seus próprios negócios, o que promove a inovação e a criatividade, habilidades essenciais no ambiente econômico atual. A combinação de conhecimento financeiro com habilidades socioemocionais, como resiliência e adaptabilidade, resulta em indivíduos bem preparados para enfrentar os desafios do futuro.

A educação financeira é, portanto, um componente crucial do desenvolvimento infantil e adolescente. Ensinar os filhos a lidarem com dinheiro em cada fase do crescimento promove a formação de hábitos financeiros saudáveis e prepara-os para os desafios econômicos da vida adulta. Quando essa aprendizagem acontece também na escola, promove o desenvolvimento de habilidades essenciais para o presente e o futuro.

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