Socioemocional

Como identificar a depressão infantil na escola?

Postado em: 21/08/2024

Os números de depressão infantil têm crescido significativamente em todo o mundo, despertando uma preocupação urgente para famílias, educadores e profissionais de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão infantil entre crianças na faixa dos 6 aos 12 anos aumentou de 4,5% para 8% na última década. No Brasil, 17% da população de 10 a 19 anos vive com algum diagnóstico de transtorno mental definido pela OMS, entre eles a depressão. 

Esse transtorno pode impactar gravemente a formação das crianças, interferindo em seu desenvolvimento acadêmico, social e emocional. A falta de diagnóstico e tratamento adequados pode resultar em dificuldades de aprendizado, isolamento social e problemas de autoestima, além de aumentar o risco de outras complicações na adolescência e na vida adulta. Portanto, é essencial que as escolas trabalhem em conjunto com as famílias para identificar precocemente os sinais de depressão e proporcionar o suporte necessário. Neste artigo, vamos explorar os principais sintomas da depressão infantil e como as escolas podem apoiar as famílias!

O que é depressão infantil?

A depressão infantil é um transtorno mental que afeta o estado emocional e o comportamento das crianças, muitas vezes de forma silenciosa e invisível. Ao contrário da tristeza passageira, a depressão envolve uma tristeza persistente, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas e dificuldades em realizar tarefas diárias. Esse transtorno pode ser desencadeado por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos.

Diferente dos adultos, as crianças têm dificuldade em expressar verbalmente o que estão sentindo, o que torna a identificação do transtorno mais desafiadora. Elas podem não ter o vocabulário ou a compreensão emocional para articular sentimentos complexos como tristeza profunda ou desesperança. Por isso, é fundamental que as famílias e escolas estejam atentas a mudanças sutis no comportamento, como irritabilidade, alterações no apetite, distúrbios do sono e uma retração em atividades sociais. A atenção a esses sinais pode ser crucial para um diagnóstico precoce e para a implementação de estratégias de apoio e tratamento.

Como identificar os sintomas da depressão infantil na escola?

A depressão infantil pode ter efeitos devastadores no desenvolvimento de uma criança. No ambiente escolar, ela pode se manifestar como falta de concentração, baixo desempenho acadêmico, desinteresse pelas aulas e atividades extracurriculares. Além disso, a depressão pode levar ao isolamento social, dificultando a construção de amizades e o desenvolvimento de habilidades sociais. Crianças deprimidas podem sentir-se inúteis e desamparadas. Esses sintomas afetam não apenas o bem-estar emocional da criança, mas também seu potencial de aprendizado e crescimento pessoal.

Por isso, identificar os sintomas da depressão infantil no ambiente escolar é essencial para apoiar as famílias e garantir uma intervenção precoce e eficaz. Educadores e profissionais da escola devem estar atentos a sinais que podem indicar a presença de depressão. Alguns dos principais sintomas incluem:

  • Mudanças no comportamento: irritabilidade, agressividade ou retraimento social.
  • Alterações no apetite: perda de apetite ou compulsão alimentar.
  • Distúrbios do sono: insônia, sono excessivo ou pesadelos frequentes.
  • Queda no rendimento escolar: desinteresse pelas aulas, dificuldades de concentração e falta de motivação para realizar tarefas escolares.
  • Isolamento social: evitar a interação com colegas e preferir ficar sozinho.
  • Fadiga constante: sensação de cansaço permanente, mesmo após períodos de descanso.
  • Perda de interesse em atividades: desinteresse por atividades que antes eram prazerosas, como brincar, esportes ou hobbies.
  • Sintomas físicos inexplicáveis: queixas de dores de cabeça, dores no estômago ou outros problemas físicos sem causa aparente.
  • Expressões de desesperança ou baixa autoestima: comentários negativos sobre si mesmo ou sobre o futuro.
  • Comportamento autodestrutivo: realização de ações que possam causar dano a si mesmo, como automutilação ou atitudes perigosas.

A comunicação regular com as famílias é vital para entender melhor o contexto da criança e fornecer suporte adequado. A escola pode oferecer programas de sensibilização para que todos os envolvidos estejam aptos a reconhecer e lidar com esses sinais.

O impacto das telas na depressão infantil

O uso excessivo de dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets e computadores, tem sido associado a um aumento nos casos de depressão infantil. A exposição prolongada a telas pode levar ao isolamento social, distúrbios do sono e exposição a conteúdos inadequados ou violentos, que podem agravar os sintomas depressivos.

Uma pesquisa da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, associou o aumento da depressão infantil entre os adolescentes ao acesso às mídias sociais, mostrando que os jovens da geração Z (nascidos entre 1997 e 2012) passam até nove horas por dia diante dos celulares. Além de estarem mais expostos a violências como racismo, gordofobia e capacitismo, também são levados a buscar padrões de consumo ou experiências que fogem à sua realidade. 

Além disso, o uso excessivo das telas impacta o sono de qualidade, a constância das atividades físicas e até a qualidade das relações, o que pode comprometer os vínculos familiares, essenciais para um desenvolvimento integral e saudável. Assim, é crucial que pais e educadores estabeleçam limites saudáveis para o uso de tecnologia, incentivando atividades que promovam a interação social e o exercício físico.

Depressão infantil e educação socioemocional

A educação socioemocional desempenha um papel importante na prevenção da depressão infantil e no fortalecimento emocional de crianças e adolescentes, ao estimular o desenvolvimento de habilidades essenciais, como autoconhecimento, empatia, gestão emocional e resolução de conflitos. Essas habilidades são fundamentais para o bem-estar e ajudam as crianças a lidar com desafios e frustrações de maneira saudável. 

Programas de educação socioemocional nas escolas criam um ambiente seguro e acolhedor, onde as crianças se sentem confortáveis para expressar suas emoções e buscar apoio. Isso não apenas ajuda a prevenir a depressão infantil, mas também promove um ambiente de aprendizagem mais acolhedor e inclusivo. Abaixo, listamos alguns dos principais benefícios dessa abordagem nas escolas:

  1. Desenvolvimento do autoconhecimento: ajuda as crianças a entenderem melhor suas próprias emoções, pensamentos e comportamentos, facilitando a identificação de problemas emocionais.
  1. Aprimoramento da empatia: ensina os estudantes a se colocarem no lugar dos outros, promovendo a compreensão e o respeito pelas emoções alheias.
  1. Gestão emocional: fornece estratégias para lidar com as emoções de maneira construtiva, reduzindo o risco de depressão e ansiedade.
  1. Habilidades de comunicação: melhora a capacidade de expressar sentimentos e necessidades de forma clara e assertiva, o que é essencial para buscar ajuda quando necessário.
  1. Resolução de conflitos: ensina técnicas de resolução pacífica de conflitos, promovendo um ambiente escolar mais harmonioso e seguro.
  1. Aumento da resiliência: fortalece a capacidade das crianças de enfrentar desafios e adversidades, desenvolvendo uma mentalidade positiva e resiliência.

A identificação precoce e a intervenção na depressão infantil são fundamentais para o bem-estar e o desenvolvimento integral das crianças. As escolas, em parceria com as famílias, desempenham um papel essencial nesse processo, observando e reconhecendo os sinais de depressão. Assim, a implementação de programas de educação socioemocional é uma estratégia eficaz para criar um ambiente escolar que apoie o desenvolvimento emocional saudável das crianças.

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