Finanças e Investimentos

Por que os preços sobem? Saiba como a política monetária impacta na inflação 

Postado em: 25/07/2024

A inflação é um dos fenômenos econômicos mais importantes e debatidos no mundo. Ela afeta a todos, desde consumidores comuns até grandes empresas e governos. Mas por que os preços sobem? A resposta está enraizada em uma combinação de fatores econômicos complexos, sendo a política monetária de um país um dos principais determinantes. 

A política monetária desempenha um papel crucial na regulação da oferta de dinheiro na economia, influenciando diretamente a inflação. Quando bem administrada, a política monetária pode manter a inflação sob controle, garantindo a estabilidade dos preços e promovendo um ambiente econômico saudável. No entanto, se mal gerida, pode levar a aumentos descontrolados nos preços, prejudicando o poder de compra das pessoas e a saúde econômica do país. Este artigo explora as causas da inflação, com destaque para o papel do governo e do Banco Central no controle desse processo.

O que é inflação e quais são suas causas?

Inflação é o aumento generalizado dos preços de bens e serviços em uma economia ao longo do tempo. Ela representa a perda do poder de compra da moeda, o que significa que, com o passar do tempo, uma determinada quantidade de dinheiro compra menos produtos e serviços do que anteriormente.

Milton Friedman, um dos economistas mais influentes do século XX, afirmou que “a inflação é sempre e em todo lugar um fenômeno monetário”. Segundo ele, a principal causa da inflação é quando o aumento da quantidade de dinheiro na economia acontece em uma velocidade maior que o aumento da produção de riqueza real. Esse excesso de dinheiro circulando provoca um aumento na demanda por bens e serviços, sem um correspondente aumento na oferta, levando ao aumento dos preços. 

Existem diversas causas para a inflação. Abaixo, citamos algumas das principais.

  1. Inflação de demanda: ocorre quando a demanda por bens e serviços excede a capacidade de produção da economia. Isso pode ser resultado de políticas de estímulo econômico, aumento do consumo, crescimento da população, entre outros fatores.
  1. Inflação de custos: acontece quando há um aumento nos custos de produção, como salários, matérias-primas ou energia. Esse aumento de custos é repassado para os preços finais dos produtos e serviços.
  1. Aumento de emissão de moeda: quando o governo imprime dinheiro em excesso, sem um correspondente aumento na produção de bens e serviços, ocorre uma desvalorização da moeda. Isso leva a um aumento generalizado dos preços, pois há mais dinheiro em circulação competindo por uma quantidade limitada de produtos e serviços.

A inflação no Brasil

A história da inflação no Brasil é marcada por períodos de alta inflação, especialmente nas décadas de 1980 e início de 1990. Durante esses anos, o país enfrentou hiperinflação, com taxas anuais chegando a mais de 2000%. Esse período foi caracterizado por um ciclo vicioso de aumento de preços, perda de poder de compra e indexação de contratos, salários e preços, o que dificultava o controle da inflação.

A situação começou a mudar com o Plano Real, implementado em 1994. O plano, que introduziu uma nova moeda, o Real, foi um marco na estabilização da economia brasileira. Ele combinou políticas monetárias, fiscais e cambiais para reduzir a inflação de forma sustentável. Desde então, embora a inflação ainda seja uma preocupação, o Brasil conseguiu mantê-la em níveis mais controlados em comparação com os períodos de hiperinflação.

Hoje, a inflação no Brasil continua a ser monitorada de perto pelo Banco Central. Em 2023, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o principal indicador da inflação no país, registrou uma taxa acumulada de aproximadamente 4,65%. Este valor está dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que para 2024 é de 3,75%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. As políticas monetária e fiscal são cruciais para a  manutenção de índices controlados bem como para garantir a estabilidade econômica.

“Porém, todo ano que passa, os preços aumentam aqui no Brasil, e praticamente em todos os países do mundo, então tem dinheiro sendo injetado na economia em uma velocidade maior do que a produção de riqueza.”, destaca Breno Perrucho, criador do canal Jovens de Negócios e fundador da Jovens for Schools

Política monetária e os impactos na inflação

O controle da inflação é uma das principais responsabilidades do governo e do Banco Central. Para isso, é necessário que diversas ferramentas e políticas sejam utilizadas para manter a inflação em níveis aceitáveis, garantindo a estabilidade econômica.

De acordo com Milton Friedman, quando o governo, a população e as empresas gastam mais rapidamente o dinheiro que já existe, isso influencia no aumento da velocidade de circulação do dinheiro no curto prazo, mas não influencia necessariamente no tamanho da base monetária disponível. Assim, ao aumentar a velocidade de circulação de dinheiro, o que o governo faria gastando mais momentaneamente, isso tende a gerar, também momentaneamente, um aumento dos preços. No entanto, como o dinheiro do governo é limitado, em determinado momento ele diminui os gastos e a velocidade de circulação do dinheiro na economia volta a reduzir. 

“Como a demanda tinha aumentado por causa disso, agora ela diminui. E as empresas, para conseguir vender, reduzem os preços e a produção. Tudo isso tende a conter que a inflação continue avançando. Porém, por outro lado, ao fabricar e emitir mais dinheiro, existe uma nova base monetária que é maior que a antiga e ela dificilmente volta para o patamar de antes. E o responsável por aumentar a base monetária do Brasil é o Banco Central”, explica Breno Perrucho.

O Banco Central é a instituição responsável por formular e executar a política monetária do país, garantindo a estabilidade e a saúde da economia. Porém, ele precisa responder a estímulos de curto prazo na economia e o maior deles é o governo. Quando o governo gasta mais do que ganha, a velocidade de circulação de dinheiro não para de subir, o que impacta no aumento dos preços. “Imprimir ou criar mais dinheiro não é o problema, mas sim que isso aconteça repetidamente, em uma taxa substancialmente maior que a produção de riqueza real do país”, observa Breno.

Entender por que os preços sobem e o papel do governo e do Banco Central no controle da inflação é fundamental para uma vida financeira mais saudável. Ainda segundo Breno, “uma baixa ou alta inflação é consequência de uma boa ou má administração dos recursos públicos e da política monetária do nosso governo”.

A inflação impacta diretamente o poder de compra das pessoas e a estabilidade econômica do país. Ao compreender os conceitos e mecanismos envolvidos, podemos tomar decisões financeiras mais assertivas e estar melhor preparados para lidar com as mudanças econômicas. Quer entender melhor como todo esse processo de aumento dos preços funciona? Veja o vídeo completo sobre o tema no canal Jovens de Negócios!

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