Socioemocional

5 tipos de bullying: como identificar e combater essa prática na escola

Postado em: 26/04/2024

O bullying é um problema sério que afeta milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar mostram que mais de 40% dos estudantes adolescentes brasileiros admitem ter sofrido com a prática de bullying, de provocação e intimidação. 

Nas escolas, ele pode se manifestar de diversas formas e causar danos emocionais e psicológicos significativos às vítimas, com consequências como ansiedade social, insegurança e depressão. Neste artigo, vamos entender o que é bullying, quais são os 5 tipos de bullying mais comuns, e como as escolas, em parceria com as famílias, podem identificar e combater essa prática.

O que é bullying?

O bullying pode ser definido como um comportamento agressivo, intencional e repetido, praticado por um indivíduo ou grupo, com o objetivo de intimidar, humilhar ou causar dor a outra pessoa. Ele pode ocorrer em diferentes contextos, como escolas, local de trabalho e comunidades, presencialmente ou virtualmente, mas sempre envolve um desequilíbrio de poder, onde o agressor exerce controle sobre a vítima.

A legislação brasileira reconhece a gravidade do bullying e estabelece medidas para combatê-lo. A Lei nº 13.185/2015, conhecida como Lei Antibullying, instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (bullying) nas escolas e determina diretrizes devem ser adotadas para prevenção e combate ao bullying, como a promoção de ações educativas, campanhas de conscientização e criação de canais de denúncia para casos de intimidação. Além disso, a lei determina que as escolas devem informar os pais ou responsáveis sobre qualquer ocorrência de bullying envolvendo seus filhos.

Para que estas ações possam ser efetivadas nas instituições de ensino, é essencial que famílias, educadores e toda a comunidade escolar estejam atentos aos comportamentos das crianças e adolescentes, às situações de conflito e mantenham uma comunicação aberta e acolhedora. Além disso, é importante identificar os principais tipos de bullying e como eles podem acontecer no dia a dia.

Conheça os 5 principais tipos de bullying

O bullying é um problema global que afeta pessoas de todas as idades, mas é mais comum entre crianças e adolescentes em idade escolar e, por isso, pode deixar marcas profundas nas vítimas, afetando a autoestima, o desempenho acadêmico, a saúde física e mental. Mas você sabe quais são os principais tipos de bullying praticados? Listamos cinco deles para que você consiga identificá-los e combatê-los na escola. 

1- Verbal

Este tipo de bullying envolve o uso de palavras para machucar, humilhar ou ameaçar a vítima. Isso pode incluir insultos, apelidos depreciativos, comentários racistas ou homofóbicos, e provocações constantes. O bullying verbal pode ocorrer pessoalmente, por meio de mensagens de texto, redes sociais ou outras formas de comunicação online. As consequências incluem problemas de interação social e insegurança. 

2- Físico

Consiste em agressões físicas diretas, como empurrões, chutes, socos e qualquer outra forma de violência física. O bullying físico pode deixar marcas visíveis no corpo da vítima e pode causar lesões graves. É importante ter atenção a conflitos recorrentes entre os mesmos estudantes. 

3- Psicológico ou Emocional

Esse tipo de bullying é mais sutil, mas igualmente prejudicial. Envolve ações destinadas a causar danos emocionais, como excluir deliberadamente alguém de atividades de grupo, espalhar informações falsas sobre a vítima, ameaças de violência ou isolamento social. É, geralmente, motivado por preconceito, que pode estar ligado ao racismo, homofobia, aparência física, entre outros fatores. 

4- Social ou Relacional

Ocorre quando o agressor manipula as relações sociais da vítima para causar danos. Isso pode incluir espalhar boatos, manipular amizades para isolar a vítima, ou fazer com que outros ignorem ou rejeitem a pessoa alvo.

5. Virtual o Cyberbullying

Este tipo de bullying ocorre de forma virtual, por meio de mensagens de texto, e-mails, mensagens em redes sociais, fóruns online e outros meios digitais. Pode incluir insultos, ameaças, divulgação de informações pessoais, manipulação de fotos e vídeos e qualquer outra forma de assédio online. Neste caso, a vítima tem sua privacidade invadida, o que pode causar constrangimento e medo excessivo.
 

Como identificar e combater o bullying na escola

Identificar e combater o bullying nas escolas é crucial para criar um ambiente mais seguro, acolhedor e emocionalmente saudável. Segundo dados do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em 2023, cerca de 38% das escolas brasileiras afirmam enfrentar problemas com o bullying. 

Para modificar este cenário, é essencial criar iniciativas para conscientizar estudantes, famílias, educadores e toda a comunidade escolar a respeito do tema, ampliando as práticas de prevenção e os espaços de diálogo. Veja algumas estratégias para ajudar as escolas a lidar com o bullying:

  • Promover a conscientização: educar os estudantes, famílias e funcionários sobre o bullying e suas consequências é fundamental. Isso pode incluir palestras, workshops e campanhas educativas para falar sobre respeito, empatia e convivência saudável com as diferenças.
  • Estabelecer regras antibullying: as escolas devem ter regras claras e abrangentes que proíbam o bullying em todas as suas formas e constem no Projeto Político Pedagógico (PPP), incluindo procedimentos para relatar incidentes de bullying e medidas também voltadas para os agressores.
  • Incentivar a comunicação: é importante que os estudantes se sintam seguros para relatar casos de bullying. As escolas devem oferecer canais de denúncia confidenciais e garantir que todas as denúncias sejam tratadas com seriedade, acolhimento e respeito.
  • Fomentar uma cultura de apoio: criar um ambiente escolar onde a gentileza e o respeito sejam valorizadas pode ajudar a reduzir o bullying. As escolas podem promover atividades que incentivem a inclusão, o trabalho em equipe e a resolução pacífica de conflitos.

Além disso, uma das ferramentas essenciais que impacta na redução do bullying nas escolas é a educação socioemocional. Ao levar esta aprendizagem para a sala de aula, a gestão escolar oportuniza o desenvolvimento de habilidades e competências essenciais, como o autoconhecimento, a consciência social e a gestão das emoções, que permitem a construção de relacionamentos mais saudáveis e respeitosos.

Parceria entre escolas e famílias no combate ao bullying 

A colaboração entre escolas e famílias também é essencial para combater o bullying de forma eficaz. Abaixo estão algumas maneiras por meio das quais as escolas e as famílias podem trabalhar juntas.

Comunicação aberta

As escolas devem manter as famílias informadas sobre as políticas antibullying e quaisquer incidentes que ocorram. Da mesma forma, as famílias devem estar dispostas a comunicar as preocupações que tenham sobre o bem-estar de seus filhos na escola, principalmente com relação a conflitos e mudanças de comportamentos.

Envolver as famílias em programas educativos

As escolas podem oferecer workshops e palestras de educação socioemocional para os pais, com foco em bullying, para que eles possam entender melhor os sinais de alerta e aprender como apoiar seus filhos.

Trabalhar juntos em soluções

Quando um caso de bullying é relatado, escolas e famílias devem trabalhar juntas para encontrar uma solução. Isso pode incluir apoio emocional para a vítima e para o agressor, medidas disciplinares e intervenção para ajudar a prevenir futuros incidentes.

Promover uma cultura de respeito em casa

As famílias desempenham um papel fundamental na prevenção do bullying, ensinando seus filhos sobre respeito, empatia e convivência saudável com as diferenças desde cedo.

Como você pode ver neste artigo, o bullying é um problema sério que afeta muitas crianças e adolescentes em todo o mundo e impacta toda a comunidade escolar. Identificar e combater essa prática requer um esforço conjunto entre escolas, famílias e toda a comunidade. Com práticas claras, como a educação socioemocional, conscientização e apoio mútuo, é possível criar um ambiente onde todas as crianças se sintam seguras, respeitadas e valorizadas.

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